Leitura e análise de SONETO DE FIDELIDADE (Vinícius de Moraes)
Leia o poema abaixo e responda às perguntas após ele.
SONETO DE FIDELIDADE
(Vinícius de Moraes)
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
1- Como o eu lírico define a fidelidade no contexto do poema?
O eu lírico define a fidelidade não como um compromisso de longo prazo, mas como uma entrega total e verdadeira no presente. A fidelidade, para ele, é expressa na intensidade e na sinceridade do amor enquanto ele existe, sem promessas para o futuro.
2- Qual é a importância da impermanência no poema?
A impermanência é central no poema, com o eu lírico aceitando que o amor é efêmero e que seu valor está na sua intensidade e sinceridade enquanto dura. Isso contrasta com a visão tradicional de amor eterno, sugerindo que o amor não precisa durar para sempre para ser verdadeiro e significativo.
3- De que maneira o soneto trata a dualidade entre o presente e o futuro?
O soneto foca no presente, ressaltando a importância de viver o amor intensamente agora, sem se preocupar com o futuro. Essa visão reflete uma filosofia carpe diem, em que o presente é valorizado acima de promessas futuras, que são incertas.
4- Qual é o papel da linguagem poética na construção do tema da fidelidade?
A linguagem poética, com sua escolha de palavras e estrutura formal, reforça a mensagem de que o amor é tanto intenso quanto passageiro. A forma fixa do soneto, com seus 14 versos e rimas regulares, contrasta com a ideia de um amor que não precisa ser eterno para ser válido, criando uma tensão entre a forma e o conteúdo.
5- Como o tom do poema evolui ao longo dos versos?
O poema começa com um tom de segurança e comprometimento, mas evolui para uma reflexão mais incerta sobre a possibilidade de esquecimento. Essa mudança de tom sugere que, apesar da entrega total ao amor, há uma aceitação da incerteza e da possibilidade de que o amor se acabe.
6- O que o verso final ("Que não seja imortal, posto que é chama") revela sobre a visão do eu lírico em relação à eternidade do amor?
O verso final reconhece que o amor, como uma chama, é algo que pode se apagar. Isso revela uma visão pragmática do eu lírico, que valoriza mais a intensidade e a verdade do sentimento no presente do que a sua duração eterna.
7- De que maneira o soneto dialoga com outras obras sobre o tema da fidelidade e do amor?
O "Soneto de Fidelidade" se diferencia de obras que idealizam o amor eterno ao enfatizar a intensidade do amor no presente. Ele dialoga com a tradição literária, mas propõe uma visão mais moderna e realista do amor, onde a fidelidade é medida pela sinceridade do sentimento no agora, e não por sua perpetuação.
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