RESILIÊNCIA


Há dias em que não é fácil ser decente. Nesses dias, dentro de mim, cresce o desejo de jogar nos outros aquilo que não me fez bem. Mas me surge uma pergunta: adiantaria? Paro. Penso. E tento existir. Sabe... Às vezes é mais valioso silenciar. Nos tempos sombrios, meu lema de vida é a resiliência. Resiliência é a habilidade de se recuperar de situações de instabilidade de uma forma positiva e que permite aprendizados diversos. Esse exercício tem se tornado tão recorrente em minha vida, que eu tenho sentido a necessidade de um verbo que expresse a ação contida na palavra resiliência. O verbo é mais profundo. Com o verbo, eu me sentiria mais empoderado na prática da resiliência. Resilir: voltar ao ponto de partida. Resiliência não é propriamente o ato de resilir (mas deveria!). Eu resilo. Tu resiles. Ele resile. Nós resilimos. Vós resilis. Eles resilem. Como falante e sujeito agente de minha língua, permito-me a modificação e o amoldamento dos sentidos. Eu resilo ao exercer a resiliência. Resilindo-nos somos capazes de deixar que nossos cacos caiam, de uma forma que possamos juntá-los e retomarmos a construção do eu, individual e intransferível, que muitas vezes exige demolição, superação e recomeço. Entre tocar o foda-se, que te faz descer ao baixo nível daquele, daquela ou daquilo que te desconstruiu, e a resiliência, que te faz reaprender a ser mais forte: RESILE-TE!

Júnior Oliveira

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